27.1.10

Menina musical

Ontem a Beatriz ouviu suas primeiras músicas. Colocamos um fone de ouvido na barriga da mamãe Cau para ela ouvir sons. A primeira foi, obviamente, Beatriz, na voz de Milton Nascimento. "Sim, me leva para sempre Beatriz. Me ensina a não andar com os pés no chão". Depois, tocamos "Come Away With Me", da Norah Jones, a música minha e da Cau. Em ambas, ela se manifestou e eu senti ela se mexendo na barriga. Mas, de fato, ela gostou mais da Norah Jones deu mais "chutinhos".
Como as duas músicas são calminhas, a Bia não demonstrou tanta agitação. Aposto até que gostou do sonzinho gostoso que adentrou o ventre da mãe dela. Agitada, sim, ela ficou no cinema na segunda-feira com o barulho alto de Avatar. Não parava de se mexer com o incômodo.

24.1.10


Essa é a Cauzinha em 24/01/10. Se notarem bem, verão a forma arredondada que está a barriga dela.

22.1.10

Uma menina traquinas


Ontem no ultrassom a Beatriz demonstrou quão agitada ela é. Não parou um segundo na barriga da mãe dela. Começou o exame numa posição e terminou de outra completamente diferente. Sempre que o médico impunha algum tipo de desconforto para um determinado exame ela se desvencilhava. Em determinado momento, ela até soluçou. Imaginem, uma coisinha de 25 cm e 530 g soluçando. Vejam a primeira foto dela abaixo:

21.1.10

O temor

Não posso negar que havia um pinguinho de dúvida no ar. Nós sempre gostamos de coisas certas e confirmadas. Fizemos hoje um amplo teste de medidas e informações sobre a nossa pessoinha (fazia tempo que não escrevia esse termo). Enquanto o médico fazia as seguidas análises, crescia minha ansiedade. Estava esperando, contando os segundos, atendo-me aos mínimos detalhes. Uma gota de suor caiu quase em cima do computador quando percebi como ele se referia à pessoinha só usando masculino.
Pedi desculpas, mas o desespero não se esvaiu. Pensei na cor do quarto que havíamos escolhido, todas as roupas compradas e presenteadas, os minibiquinis, as sainhas, vestidinhos, sapatinhos vermelhos. Tudo seria inutilizado. Peguei meu telefone para descobrir os locais de doação para as vítimas do Haiti. E fiquei ainda mais nervoso porque não achava o endereço. Fiquei triste quando imaginei aquela roupinha favorita nossa pendendo no lixão de Brasília. Que desperdício. E nada do médico enunciar a senha mágica. Nada, o tempo se passou, nada, o relógio batia aos microssegundos. Estávamos há 32,5 minutos na sala e nada de ele confirmar.
A Cau era só felicidade com os batimentos cardíacos, os dois rins, o estômago, o coração com atrios e ventrículos, perninhas e mãozinhas com 20 dedos. Tudo na mais perfeita ordem, menos o pai, que suava. Tive me desculpar uma segunda vez quando o pingo de suor caiu na calça do médico. Foi quando ele percebeu. Como redenção, ele perguntou a cor que havíamos pintado o quarto. Ouvi a demanda em câmera lenta, como se estivesse no filme Matrix. Eu poderia pegar cada letra que saía de sua boca.
A Cau respondeu com um lindo e enorme sorriso "lilás". Ele retrucou com um "hmmmmmmmm". O médico voltou os olhos para o computador e pediu para olharmos as duas coxas do bebê. De novo, não conseguia ver nada. Só pensava no tempo todo que passei escrevendo Beatriz, falando com o bebê como se fosse uma menina. Arrependi-me profundamente. Comecei a pensar nos amplos danos psicológicos na minha "pessoinha". A Cau não, diferente do pai, era pura felicidade. Olhou as coxas da pessoinha, e o médico apontou o meio. Pensei comigo, é agora. Os fatos se revelarão, qual é o telefone mesmo de doação das vítimas do Haiti? O médico fez uma nova pausa. Eu respirei e não ouvi nada. Estavam os dois, a Cau e o médico, sorrindo. Será que sorriem de constrangimento? Será que a Cau está constrangida? Que sorriso é esse? Será felicidade ou contrição? Continuei surdo e minha visão prejudicou-se. Ouvi no fundo o eco de "é lilás ás ás". Imaginei os dois apontando os dedos para mim. Era culpa minha. A cor, a cor errada. Tudo desperdiçado.
O médico aproximou-se do perfil da pessoinha na tela do computador. Perguntou qualquer coisa para a Cau. Eu continuava cabisbaixo. Ele começou a digitar pausadamente um nome qualquer na tela. B E A T R V E L. Pensei que catso? Marvel, quadrinhos? Que nome é esse? É latim? Depois vi o médico apagando letras e recompondo o nome. Ouvi passarinho verde cantando, som de fogos de artifícios estourando. Foto tirada e foto oficial. Nosso bebê de perfil com o nome em cima: B E A T R I Z. Todo sofrimento esvaido, todo esforço de um mês útil. Nossa filhinha é a Bia!!!!!!!

20.1.10

É amanhã

Amanhã teremos os dados oficiais, mas como não consigo conter minha imaginação. Aí vai o que diz a previsão.

"O bebê está medindo 18cm e pesando 300g.

O cabelo do seu bebê fica mais denso e ele pode soluçar de forma que você perceba. O sistema digestivo está em grande funcionamento. O bebê engole o líquido amniótico, seu organismo absorve a água e as substâncias sólidas são mandadas para o intestino grosso."

Será que eu estou sentindo os soluços da minha filhinha?

19.1.10

Nada mais importa

O que é melhor do que ver sua mulher emocionada ao seu lado? O que é melhor do que uma sensação de alegria plena? O que é melhor do que sentir sua filha dizer um "oi papai" do jeito que hoje ela consegue? A resposta: Nada. Ontem à noite eu fui a pessoa mais feliz do mundo quando no meio de uma conversa com a Cau, minhas mãos descansaram em sua barriga e sentiram um chutezinho, uma sacudidela na minha direção. Fiquei quieto, olhei para a Cau, ela prontamente perguntou por que eu parei de falar. Eu disse que havia sentido algo, confirmado por ela. Nós dois tivemos a mesma percepção. Ela logo marejou os olhos. Eu fiquei bobo sem saber o que falar. E fiquei felizão.

15.1.10

Ela sentiu!

Demorou e estávamos ansiosos por esse momento, mas a Cau disse que ontem pela manhã sentiu uns movimentos que ela jamais havia sentido. Algo como se fosse um levíssimo solavanco na barriga. É a Beatriz dizendo para o papai e para a mamãe que ela não vê a hora de nos conhecer. Obviamente, eu não percebi nada. Parece que demora ficar aparentes as bicudas e mãozadas da minha filhinha.

13.1.10

Semanas lunares

Nunca entendi direito essa opção por fazer a contagem por semanas lunares. É um subterfúgio médico, ou talvez astronômico/astrológico, para transformar 28 dias em um mês, o mês lunar. Tudo para ajudar a contagem das semanas, a gravidez dura em média 280 dias ou 40 semanas. Simples, não? Óbvio? Claro!
Já disse que chegamos e passamos da metade da gestação, estamos entrando no sexto mês lunar. A Beatriz, segundo dizem as agendas médicas, já tem cerca de 17 cm e pega quase 300g. Ela ainda vai triplicar de tamanho e aumentar em 10 vezes seu peso. É impressionante. A barriga da Cau já está enorme, imagina como vai ficar.
Nesse momento, o sistema nervoso dela vai ganhando complexidade. Ela já passa a ter/experimentar os cinco sentidos. Deve ser um turbilhão/carnaval de sensações.

12.1.10

Novidades

Seguem os dados mais recentes que recebemos da médica. O coração da Beatriz hoje estava em 138 bpm. O perímetro da barriga da Cau é de 25 cm. E ela engordou 4,5 kg em um mês. Todos esses dados juntos indicam que ela é um bebê grande. Hoje ela está com 20 semanas e três dias.

Aguardando novo ultrassom

Todo mundo diz que o segundo trimestre é a parte sensacional da gravidez, não existe mais os temores dos três primeiros meses, nem a ansiedade de quando vai nascer. Então, é o momento para todos curtimos. Nós três. Por mais jargão que isso possa parecer, a tranquilidade é tanta que estamos aptos a esbanjar a vida nesses instantes. Tudo é fantástico, delícia, tudo é engraçado, cômico. Ontem me diverti a beça quando a Cau me contou que está com dores nas costas. Não que eu seja uma pessoa sádica que goste de ver me mulher sofrendo. Longe disso, eu me divirto quando pego ela em momentos típicos da gravidez: mão nas costas, barriga para frente e reclamando do peso. Uma imagem estereotipada, um enorme clichê, mas que me deixa muito tranquilo.


Faz mais de um mês que fizemos o último ultrassom, que foi um exame rápido só para ver a pessoinha se transformar em Beatriz. O engraçado é que parece mais tempo do que só esses 30 dias, se pudesse, eu compraria uma máquina de ultrassom para ouvir sempre que quisesse o coraçãozinho, a carinha, a bochecha, a mãozinha, o pezinho. Mas não dá. Só daqui 10 dias... Enquanto isso só no aguardo.

6.1.10

Meio do caminho

Chegamos ao meio da nossa caminhada até o parto. São 20 semanas de gestação. A partir de agora, o corpo da Cau está se preparando e o bebê já começa a "pensar" na vida fora do útero. Segundo relato da nossa agenda da gravidez, a Beatriz já é uma mini recém-nascida. Ela tem um rosto tranquilo, olhos fechados, narinas e boca bem formadas. E ela já suga o próprio dedinho. E eu acabei de descobrir que o bebê às vezes dorme, às vezes está em atividade. Sempre achei que a gestação seria algo como um estado de hibernação. É uma maravilha esse momento.

5.1.10

Foto nova

Aí vai uma foto novinha da Cau barriguda tirada 05.01.2010. Um dia antes de ela completar 20 semanas de gestação.

4.1.10

Férias na Bahia

Lá se vão 10 dias do último post. A barriga da mamãe cresce exponencialmente. Mas esses últimos dias foram bastante atribulados. No Natal, a pessoa(inha) que mais ganhou presente foi a Beatriz. Papai, mamãe, tia, vovôs, vovós e bisavós, encheram-na de regalos e mimos. Banheirinha, roupinha, brinquinho, livrinho, brinquedinho, tudo inho. Nem nasceu ainda e já extremamente mimada, imagina quando ela vier ao mundo. Até eu ganhei presentes da minha filhinha: dois livros, a biografia do Buñuel e Gomorra.
Ela recebeu a visita também de todo mundo. É impressionante como um fato importantíssimo como esse é celebrado com alegria e júbilo pela família. E quão importante é a família nesse momento. Só o fato de estarmos juntos dá uma segurança tremenda.
Depois do Natal familiar, seguimos para as comemorações de ano novo em Morro de São Paulo (BA). Logo na chegada no porto de Salvador, a Cau demonstrava bastante apreensão em ficar 2 horas num catamarã até a ilha. Afinal, são multiplus os relatos de pessoas enjoadas por essa viagem estressante. Entramos no barco, ela se sentou, tentou se acomodar, ficar confortável, tentou dormir, mas não conseguiu tirar da cabeça o enjoo. Não passou mal, mas ficou incomodada. Não bastasse a fadiga, ao completar as 2 horas de viagem estávamos longe da ilha, o percurso ainda duraria mais 40 minutos.
Passamos uma semana sensacional, tenho certeza absoluta que a Beatriz adorou ficar na barriga da mãe quentinha pelo sol da Bahia. Aposto até que ela pegou um bronze. Vai ser a primeira recém nascida, linda e bronzeada!
Como tudo que vai, volta. O regresso a Salvador ainda prometia desgaste. Afinal, 2h40 dentro de um catamarã nos esperava num mar que há dois dias sofria o castigo de chuvas noturnas. Acordamos 6h15 da manhã e as 7h10 estávamos a zarpar. O mar, muito revolto, não demorou para fazer a primeira vítima. Sentada na nossa frente, uma senhora logo pediu o saquinho para se aliviar. A Cau, mais enjoada que nunca, sentia diversas sensações, e dá-lhe remédio para controlar o mal-estar. Os passageiros se amontoavam para vomitar, um atrás do outro, pediam saquinhos e papel higiênico. Os dois marinheiros acabaram tendo o árduo trabalho de "segura-vômito". Depois de uma hora de viagem, a Cau continuava muito enjoada, mas se segurava bem. Não dava sinal de devolver o café-da-manhã.
A sensação durou pouco. O Jeferson que estava tomando ar na cara desde o começo da viagem não aguentou e se aliviou no meio do mar, a Cau veio logo em seguida. A nossa preocupação, então, aumentou. Afinal, para onde correr se ela começasse a se sentir verdadeiramente mal? Apelar para Iemanjá? Felizmente, o enjoo passou e a mamãe dormiu. Acordou faltando 30 minutos de viagem. Com a falta de sono, voltou a sensação de mareada, a indisposição e... A minha ansiedade que já estava nas alturas explodiu. Mais 30 minutos de estresse.
Chegamos em Salvador, descansamos no Mercado Modelo, tomamos água e refrigerante para nos recuperar.
Em casa, em Brasília, deitados na cama, eu expliquei tudo direitinho para a Beatriz porque ela tinha tido um dia estressante e ficamos bem. Qual a próxima viagem?