29.10.09

Ah as filmadoras!

Estava eu a voltar da academia hoje de manhã quando, de repente, fui tomado por um impacto súbito. "Vou ser pai. Vou ser pai. Vou ser pai!" O pensamento de sopetão tem sido cada vez mais frequente. Eu diria que das 24 horas do dia menos as oito horas de sono e umas cinco que eu realmente fico focado no trabalho, as outras 11 horas são dedicadas a pensamento sobre os nomes potenciais. Os prós de ter uma menina ou um menino. Os contras de ter um menino ou menina. Quanto minha vida vai mudar. Quanto vai ser diferente a partir de agora. Mas o pensamento mais legal de hoje foi quando eu estava quase pronto para sair de casa e ir ao trabalho. "Quando a pessoinha nascer, não vai ser nada fácil sair de casa e deixá-la para ir trabalhar". Hoje quando me arrumo e estou quase pronto, respiro fundo e me preparo para um novo dia. Não há absolutamente nada (além da preguiça habitual) que me segure em casa. Agora, com um recém nascido, fruto de sua vida, deve ser horrível a sensação de deixá-la. Nos primeiros meses, o sentimento deve ser facilmente amainado com o fato de o bebê ficar com a mãe. Mas e os seguintes, e os anos vindouros, quando tiver que ficar com uma babá ou sozinho. Nossa, preciso economizar para comprar um monte de filmadoras e espalhá-las por toda casa.

70 dias

Amanhã a pessoinha sendo gerada na barriga da Cau, a minha mulher, vai completar 10 semanas, 70 dias. É quase um aniversário. Os fatos científicos são que ele(a) não é mais um embrião, agora é denominado feto. Ele(a) já tem músculos e os fica testando incessantemente. Soluça, estica os braços, as pernas. A estrutura óssea está em franca formação. Eu fico completamente bobo quando penso nessa evolução e geração de um ser humano resultado da mistura de "gosminhas" do pai e da mãe. Metade do meu DNA e metade do dela, para os cientistas de plantão. Nesse tempo de transformação eu fico pensando, por exemplo, se a pessoinha terá os mesmos sinais na bochecha esquerda que eu, meu pai e meu finado avô temos. É sensacional!

27.10.09

Nos mínimos detalhes

Essa coisa de ser futuro pai é fantástico. Eu me pego atento aos mínimos detalhes. Outro dia, não consegui concentrar-me em um livro porque fiquei pensando qual o exato momento da concepção. Quando cheguei à conclusão, peguei uma caneta e escrevi no canto da página: "Acabei de me dar conta que 4 de setembro, uma quinta-feira, foi a data que você foi concebido".
E não sou só eu que fico escrevendo recadinhos assim para a "pessoinha". Minha mulher tem uma "agenda da grávida". Num dos espaços para comentário, ela colocou: "Hoje você tem 23 mm e cerca de 3 gramas".
Quer dizer, estamos nos comunicando com alguém que sequer tem capacidade de absorver informações. O que me intriga é se, quando a "pessoinha" tiver idade para entender o mundo, nós vamos mostrar tudo o que fizemos nesse momento de gestação.

26.10.09

Gestos

É engraçado quão sensíveis, sentimentais e ligadas ficam as potenciais mães carregando "pessoinhas". A minha mulher me cobrou, na semana passada, por eu não ter tocado de maneira singela sua barriga, fazendo carrinhos no seu berço biológico. Eu havia me reservado não por desespero, pânico ou por medo de machucá-la, simplesmente por não ligar para certos gestos. Não que eles não sejam importantíssimos. São e bastante. Mas tive de ser pressionado. E o primeiro toque foi um pouco cauteloso, quase envergonhado. Hoje, não consigo não fazer carinho sempre que posso. E isso que a barriga dela quase nem começou a crescer.

Descoberta

Ser pai, dizem, não é fácil. E perceber que sou um futuro pai é tão difícil quanto. No meu caso, demorou para perceber que em menos de três trimestres eu teria uma "pessoinha" para cuidar em casa.
Não foi depois do exame de farmácia, não foi a confirmação do exame sangue, foi da maneira mais clichê do mundo: durante a primeira ecografia que fizemos 21 de outubro. Apareceu lá um serzinho com cabeça, tronco, perninha, bracinho, coração, cérebro em formação e até estômago. A médica explicou que o embrião ainda tinha uma cauda, que será absorvida pelo corpo a partir do segundo trimestre.
Aí minha ficha caiu absurdamente e abruptamente.
Fiquei tão extasiado que parecia que seria pai no dia seguinte. Por isso corri para a livraria comprei diversos livros e devorei o primeiro em um único dia. "Manual do Grávido", da Publifolha. Sensacional leitura para marinheiros de primeiríssima viagem. Leitura simples, fácil, educativa, feita para se entreter. Pelo menos, agora eu já sei que para trocar fralda é preciso de água morna e que uma maneira para se preparar para as trocas noturnas/madrugais é guradá-la em uma garrafa térmica. Estou quase me sentindo 8% pronto!