Há uns bons dias não consigo colocar mensagens no blog. Estava meio incomunicável na pequena cidade de Guaribas, no Piaui. Nesses tempos todos não parei de pensar um segundo na Cau e na minha filhinha vindoura. Na estrada, parado num restaurante, entrevistando pessoas. Vou voltar mais tarde para falar sobre pobreza e perspectivas de vida. Enquanto isso, estou a me preparar para apenas três semanas que nos separam da Beatriz.
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30.4.10
26.4.10
Um quase aperto de mãos
Dizem que a sensação de um aperto nas mãos ou nos pezinhos do bebê é fantástico e indescritível -- o tal momento em que se percebe que você virou pai ou mãe ainda no berçário. Ontem eu e a Beatriz quase demos um aperto de mão ou, pelo menos, eu senti isso quando ela estava com a mãozinha esticada na barriga da Cau, fazendo uma espécie de calombo. A minha reação foi fazer uma pressão contrária para ver o que ela faria. Espertinha do jeito que é, ela também fez na mesma força inversa. Parecia que estavamos nós dois empurrando as mãos, separados apenas pela barriga da mamãe, um momento simbiótico pai-mãe-filha...
23.4.10
Nice to meet you, Mrs. Vogul
Como disse abaixo, tive a primeira "consulta" ontem com a Dra. Lucy, a médica que fará o parto da Beatriz, programado para algo em torno de 28 de maio. Soube que deveria conhecer a médica no começo da semana. Portanto tive tempo para fazer toda a elaboração de perguntas (esdrúxulas e sérias, absurdas e comedidas) que jogaria no colo da médica. Para preparar o espiríto da Cau, soltava as questões diariamente em pílulas. Obviamente, eu mais choquei a minha mulher do que a acalmei. As dúvidas são impublicáveis, vão desde a saúde da minha filhota até o bem-estar do mini cachorro Schnauzer que vive no prédio. Eu me questionava da água com gás que tomo diariamente, do abacaxi extra durante as manhãs e do balão de hélio usado pelos nazistas em 1933. Tive dúvidas até daquela pílula que deformou bebês na década de 1950 e de bater a cabeça na árvore andando de bicicleta. Vi no encontro com a dra a oportunidade de trazer claridade aos meus pensamentos, tirar-me da escuridão, pois.
Chegamos ao consultório, sentei na sala de espera e fiquei aguardando com o um bom garoto paciente que sou.
Estava muito ansioso, não via a hora de botar meus olhos na médica responsável por tirar a Beatriz de seu quartinho "aconchegante" dentro da barriga da mãe dela e levá-la ao mundo. O aguardo durou cerca de 20 minutos, normal para todo consultório. Eu estava suando frio, boca seca, inquietação --parecia estar esperando um exame de próstata (daqui só uns 10, 15 anos, felizmente).
Entramos na sala, sentei de maneira perpendicular (???) às duas que ficaram frente a frente. Para o meu espanto fiquei mudo, calado, respirava baixo para não atrapalhar a conversa da Cau com a médica. (O engraçado é que a Cau também fica constrangida, parece envergonhada, fala baixo e ri um monte. Ela sempre reage assim quando fala com alguém que tem pouca intimidade.)
Deixei as duas no papo e fiquei observando o consultório da Dra. Lucy. Olhei os livros de ginecologia na estante ao lado e me questionei se eles estavam ali porque ela os consultava ou era só para fazer charme. Vi uma estátua que parecia um bebê dentro do útero acalentado pela placenta. Fiquei intrigado com o fato de ela não usar o computador e escrever as receitas ainda na mão. Aliás, é bom ela ter a destreza nos dedos, afinal vai pegar minha filhinha quando ela cair no mundo. E eu continuava mudo, contemplativo.
De repente, vi que estavamos só eu e a médica na sala. Cadê a Cau? A bolsa dela continuava na cadeira. Ela não deve ter ido longe... Eis que surge a sensação do silêncio constrangedor. Eu na perpendicular, a médica no meu campo de visão C.I.A. e o silêncio nos rodeando. Para sair da situação vexatório em que me encontrava, falei qualquer bobagem travestida de piada que não me lembro qual (algo sobre acessar dados médicos na Internet, provavelmente). O infortúnio durou alguns minutos, mas pareceu uma enternidade.
A Cau reaparece. Estava só de avental e foi se pesar: 68,6 kg. Com a Cau sem roupa para fazer o exame, fiquei acanhado e escondido num cantinho escuro do consultório. A médica quase teve de me agarrar pelos braços para me levar para o lado da minha mulher. Fui e fiquei segurando na mão da Cau. Notei uma câmera filmadora no pé da mesa em que ela estava deitada. Deve ter alguma funcionalidade, na minha cabeça são várias, diga-se de passagem.
A consulta terminou num bate papo tranquilo sobre o peso da Beatriz. Não fiz nenhuma pergunta que gostaria, aliás, nem lembro mais quais eu havia listado, pareceram desimportantes. O que vale é que a médica inspirou confiança. Acho que a Cau e a Beatriz estarão em boas mãos.
Chegamos ao consultório, sentei na sala de espera e fiquei aguardando com o um bom garoto paciente que sou.
Estava muito ansioso, não via a hora de botar meus olhos na médica responsável por tirar a Beatriz de seu quartinho "aconchegante" dentro da barriga da mãe dela e levá-la ao mundo. O aguardo durou cerca de 20 minutos, normal para todo consultório. Eu estava suando frio, boca seca, inquietação --parecia estar esperando um exame de próstata (daqui só uns 10, 15 anos, felizmente).
Entramos na sala, sentei de maneira perpendicular (???) às duas que ficaram frente a frente. Para o meu espanto fiquei mudo, calado, respirava baixo para não atrapalhar a conversa da Cau com a médica. (O engraçado é que a Cau também fica constrangida, parece envergonhada, fala baixo e ri um monte. Ela sempre reage assim quando fala com alguém que tem pouca intimidade.)
Deixei as duas no papo e fiquei observando o consultório da Dra. Lucy. Olhei os livros de ginecologia na estante ao lado e me questionei se eles estavam ali porque ela os consultava ou era só para fazer charme. Vi uma estátua que parecia um bebê dentro do útero acalentado pela placenta. Fiquei intrigado com o fato de ela não usar o computador e escrever as receitas ainda na mão. Aliás, é bom ela ter a destreza nos dedos, afinal vai pegar minha filhinha quando ela cair no mundo. E eu continuava mudo, contemplativo.
De repente, vi que estavamos só eu e a médica na sala. Cadê a Cau? A bolsa dela continuava na cadeira. Ela não deve ter ido longe... Eis que surge a sensação do silêncio constrangedor. Eu na perpendicular, a médica no meu campo de visão C.I.A. e o silêncio nos rodeando. Para sair da situação vexatório em que me encontrava, falei qualquer bobagem travestida de piada que não me lembro qual (algo sobre acessar dados médicos na Internet, provavelmente). O infortúnio durou alguns minutos, mas pareceu uma enternidade.
A Cau reaparece. Estava só de avental e foi se pesar: 68,6 kg. Com a Cau sem roupa para fazer o exame, fiquei acanhado e escondido num cantinho escuro do consultório. A médica quase teve de me agarrar pelos braços para me levar para o lado da minha mulher. Fui e fiquei segurando na mão da Cau. Notei uma câmera filmadora no pé da mesa em que ela estava deitada. Deve ter alguma funcionalidade, na minha cabeça são várias, diga-se de passagem.
A consulta terminou num bate papo tranquilo sobre o peso da Beatriz. Não fiz nenhuma pergunta que gostaria, aliás, nem lembro mais quais eu havia listado, pareceram desimportantes. O que vale é que a médica inspirou confiança. Acho que a Cau e a Beatriz estarão em boas mãos.
22.4.10
Ultra
21.4.10
En ligne
O chá de bebê em São Paulo foi um sucesso, ganhamos de tudo um pouco e completou nosso enxoval.A Beatriz tem quase o mesmo número de sapatos da mãe dela (ahahaha como se isso fosse possível), tem ursinhos, camisetinhas, roupinhas diversas, travesseiro, vaporizador, chupeta, mamadeira, brinquedinhos, berço desmontável, mantinha de tricô. Tudo uma beleza e com cheirinho de nenê. Fizemos o levantamento das coisas e não falta nada relevante. Aliás, falta sim, a mocinha chorando a noite inteira e deixando os pais loucos de preocupação!!!!
20.4.10
Dedo ou mão na boca
Depois de um mês, voltamos ao consultório para um novo ultrassom. Os dados são impressionantes. Um coração pulsa a 161 bpm numa menininha de 47 cm e 2,746 kg. Ela é bochechuda e cabeludinha como constado pela médica. E, como em todos os exames, ela não parou de se mexer. Pudemos constatar como ela é deveras inquieta com os bracinhos. Parecia uma boxeadora se exercitando para ficar com um bíceps definido. Em determinado momento, a médica disse que ela estava quase mordendo toda a mão.
Olhem a Cau atenta ao ultrassom.
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Olhem a Cau atenta ao ultrassom.
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18.4.10
Online 2
17.4.10
15.4.10
Sem problemas
A Cau estava ansiosa e, por reflexo, me deixou ansioso também. Mas tudo está resolvido. O médico liberou a nossa ida para São Paulo só porque ela não está com dilatação. Para os "leigos", significa que a Beatriz não está perto de deixar a atual casinha dela antecipadamente e nem que haja um risco iminente de ela "sair" em plena rota, dentro do avião, em algum lugar no meio do nada do espaço aéreo de Goiás ou Minas.
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14.4.10
As fotos
Braxton-Hicks
Querendo ou não coração e mente estão voltados para o parto, apesar de ainda faltarem cerca de seis semanas. Por isso eu e a Cau estabelecemos uma meta quando voltarmos de São Paulo depois deste fim de semana: deixaremos a bolsa para o hospital pronta. No jargão médico, é a partir de agora que ela pode sentir contrações Braxton-Hicks, que se confundem com as de verdade. Já vi muito seriado fazendo pilhéria com o fato. A mãe chega toda esbaforida no hospital, passa por exames, chega um médico e diz: "It's just BH contractions". A vida não imita as series, certo? Segue episódio de Friends:
O melhor é o comentário: "braxton hicks feel cool. how does real one feel?" Ah a Internet...
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O melhor é o comentário: "braxton hicks feel cool. how does real one feel?" Ah a Internet...
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12.4.10
Coisa predileta
Um dos temas que mais abordo nesse blog são as mexidas/chutinhos que a Beatriz adora dar o dia inteiro. Mas na manhã de domingo aconteceu algo diferente. Mezzo dormindo, a Cau me abraçou e encostou a barriga dela nas minhas costas. Foi uma sensação totalmente diferente, os chutinhos e soquinhos da mocinha pareciam estar dentro de mim. Foi uma das primeiras vezes que me senti muito próximo dela, não fisicamente. Mas me senti num momento pai e filha. Sei que isso é só a ponta do iceberg, que vai se transformar realmente num turbilhão de sensações quando ela (por mais jargão que soe) pegar pela primeira vez na minha mão. Não importa, nesse momento estou me prendendo aos pequenos detalhes e a cada instante.
(Para quem ainda não notou, nos últimos post, passei a incluir links em palavras-chave e sentenças que se destacam. Vale a pena dar uma olhada, tem muita coisa engraçadinha)
(Para quem ainda não notou, nos últimos post, passei a incluir links em palavras-chave e sentenças que se destacam. Vale a pena dar uma olhada, tem muita coisa engraçadinha)
10.4.10
Incomodo
Eu fico muito incomodado com pais e mães que carregam babás para clubes, baladas e festinhas em geral para cuidar de seus filhos(as). Parece muito desleixo e falta de vontade de criar sua prole.
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8.4.10
Calafrios
Esta coisa de estar grávido, sentir-se grávido, experimentar e viver a gravidez é engraçado. Qualquer solavanco, qualquer sinal diferente, qualquer desvio (mesmo que mais ínfimo do mundo) nos causa uma enorme/gigantesca preocupação. Uma sentada diferente, uma indisposição fora de hora, um cansaço a mais, a dor na coluna, o excesso de mexidas, a falta de mexidas, a respirada mais forte, a mais fraca. Até um roxinho pode causar aflições.
Criou-se um imaginário recorrente de que a gravidez é um momento sensível que deixa a mulher permeável a qualquer "imbalance". Mas eu me pergunto, se fosse de fato, tão frágil quanto se vende, será que a espécie teria se perpetuado no topo da cadeia alimentar? E aí se passaram cerca de 5 milhões de anos de existência (4,4 milhões se levarmos em conta a Lucy). Eu não me canso de martelar isso na cabeça, mas ainda assim me vejo sempre envolto em preocupações desnecessárias.
Criou-se um imaginário recorrente de que a gravidez é um momento sensível que deixa a mulher permeável a qualquer "imbalance". Mas eu me pergunto, se fosse de fato, tão frágil quanto se vende, será que a espécie teria se perpetuado no topo da cadeia alimentar? E aí se passaram cerca de 5 milhões de anos de existência (4,4 milhões se levarmos em conta a Lucy). Eu não me canso de martelar isso na cabeça, mas ainda assim me vejo sempre envolto em preocupações desnecessárias.
6.4.10
Mamãe traquinas
5.4.10
Não foi fácil
O quartinho da Beatriz ficou muito bacana, mas não foi nada simples realizar a tarefa. Além de a óbvia demora em entegar todos os móveis e adereços, a peripécia em colocar tudo na parede direitinho foi bastante complicada e cheia de percalços. Eu e a Cau queríamos deixar tudo pronto o mais rápido possível e havíamos estabelecido ontem como data máxima para colocar o aparador de bolsa, o fraldário, a casinha de bonecas e a prateleira roxa. Acordamos em um domingo chuvoso de Páscoa em dúvida se faríamos o churrasco no clube ou não (tudo pensando em ter mais tempo para arrumar o quarto). Depois de um rotineiro impasse, decidimos que iríamos botar tudo no lugar depois do convescote. Muito bem, isso não é uma tarefa simples porque envolve mexer com prego, martelo e furadeira depois de uma biritada. Chegamos em casa às 19h30, tudo escuro já, eu mais prá lá do que pra cá. Batemos o pé: o dia é hoje!!!!! Lá foi eu tropeçando em tudo, quase me esgueirando nas paredes para pegar todos os instrumentos. Primeira tarefa: aparador de fraldas e afins. Mede daqui, mede dalí, cai de um lado, cai de outro, mete a furadeira na parede e nada de o furo sair por completo. Atingi uma viga, sentenciei. Força extrema e nada. Nisso, a vizinha mala de baixo já estava parindo (ela, não a Cau) de tanta força que fazia para bater com um pau de vassora no teto para reclamar do barulho.
Mais um pouquinho de força e nada. Decidi colocar a furadeira em "full throttle" bate estaca --o problema disso é o extremo estrondo que essa "facilidade" faz, parece uma britadeira num asfalto e imaginem isso na parede de um prédio cuja maioria de seus condôminos são pessoas que já sabem há muito tempo o que é viver. Fiz os quatro furos mesmo assim. Colocamos o "varalzinho" e apreciamos. Que beleza, a birita não influenciou em nada. Passei pelo primeiro teste.
Seguimos para colocar dois preguinhos na parede para encaixar a casa de bonecas. A Cau me pergunta se estou bem para fazer a tarefa. Respondo que sim, óbvio, afinal acabara de fazer quatro furos. Pego o martelo, derrubo o martelo, pego os pregos derrubo os pregos. Piso em falso na caixa de ferramente, dou uma vacilada e quase caio. "Está tudo bem, está tudo bem", disse eu, antecipando os olhares pesados da senhora Cabral. Afinal, não era a cervejinha a mais que me deixou com problemas de manejo de ferramentas, para os desavisados, eu sou desastrado. Então, com ou sem o copinho extra, eu teria derrubado tudo.
Muito bem, seguimos à tarefa dos preguinhos, míseros preguinhos de aço. Raios de preguinhos de aço. Coloquei um na parede, dei uma mezzo medida coloquei o outro. Trabalho feito, só restava encaixar o adorno. Tenta de um lado, de outro, pra cima, pra baixo e nada. Muda de posição, coloca para a esquerda, para a direita. Encaixa um. Mexe de novo, mexe mais um pouco, chacoalha a casinha e nada de o outro prego entrar. Por míseros milímetros, o encaixe não se tornou perfeito. Colocamos a casinha no chão, tiro um dos pregos da parede e refaço o furo. Nova árdua dificuldade, encaixou um, mas não o outro (de novo por malditos milímetros). Refaço o furo. Tudo ajustado. Coloco o medidor de nível... Está torto por amaldiçoados milímetros. Coloco novamente o furo. E, enfim, tudo certo e nivelado.
O aparador de bolsa não deu trabalho. Aliás, depois do trabalhão da casinha, toda a cervejinha do churrasco já havia sido expurgada no suor. O problema é que já se passavam das 21h, hora que todo senhor e senhora que sabem há muito tempo o que é viver estão se preparando para o aconchego da cama. Então, a dúvida: fazemos mais dois furos com a britadeira no asfalto para colocar a prateleira ou não?
Faço um teste fora da parede só para sentir o ronco de Maverick da minha furadeira. A mulher de baixo bate uma vez no teto. Dou duas aceleradas no motor e ela bate duas vezes. Fico segurando o botão por 10 segundos e ela alucinadamente soca com toda a força a vassoura no teto que, imagino, nessa hora, estava todo furado e ela esbranquiçada pelo gesso deslocado. Olhei para a parede, olhei para a furadeira, olhei para o meu relógio, olhei para o taco embaixo do meu pé que havia saído do local por conta da tresloucada. Vi a Cau escondida no outro quarto dizendo estar com vergonha. E dei um foda-se (com o perdão do português porque não consigo pensar em solene palavra que exprima com exatidão o sentimento do momento). A Cau rebate dizendo que se o interfone tocasse, não atenderia. Respondi: "Relaxa, a gente faz que não era com a gente". Meti a broca na parede, fiz os dois furos e, para alegria minha e da Cau, sequer ouvímos a batucada da vassoura, com certeza o ronco era bem maior dentro do quarto. Colocamos a prateleira no lugar e concluímos a tarefa. Aliviados e felizes ficamos. O resultado é esse das fotos do post abaixo. Tudo valeu a pena. Não sei se para a vizinha de baixo.
Mais um pouquinho de força e nada. Decidi colocar a furadeira em "full throttle" bate estaca --o problema disso é o extremo estrondo que essa "facilidade" faz, parece uma britadeira num asfalto e imaginem isso na parede de um prédio cuja maioria de seus condôminos são pessoas que já sabem há muito tempo o que é viver. Fiz os quatro furos mesmo assim. Colocamos o "varalzinho" e apreciamos. Que beleza, a birita não influenciou em nada. Passei pelo primeiro teste.
Seguimos para colocar dois preguinhos na parede para encaixar a casa de bonecas. A Cau me pergunta se estou bem para fazer a tarefa. Respondo que sim, óbvio, afinal acabara de fazer quatro furos. Pego o martelo, derrubo o martelo, pego os pregos derrubo os pregos. Piso em falso na caixa de ferramente, dou uma vacilada e quase caio. "Está tudo bem, está tudo bem", disse eu, antecipando os olhares pesados da senhora Cabral. Afinal, não era a cervejinha a mais que me deixou com problemas de manejo de ferramentas, para os desavisados, eu sou desastrado. Então, com ou sem o copinho extra, eu teria derrubado tudo.
Muito bem, seguimos à tarefa dos preguinhos, míseros preguinhos de aço. Raios de preguinhos de aço. Coloquei um na parede, dei uma mezzo medida coloquei o outro. Trabalho feito, só restava encaixar o adorno. Tenta de um lado, de outro, pra cima, pra baixo e nada. Muda de posição, coloca para a esquerda, para a direita. Encaixa um. Mexe de novo, mexe mais um pouco, chacoalha a casinha e nada de o outro prego entrar. Por míseros milímetros, o encaixe não se tornou perfeito. Colocamos a casinha no chão, tiro um dos pregos da parede e refaço o furo. Nova árdua dificuldade, encaixou um, mas não o outro (de novo por malditos milímetros). Refaço o furo. Tudo ajustado. Coloco o medidor de nível... Está torto por amaldiçoados milímetros. Coloco novamente o furo. E, enfim, tudo certo e nivelado.
O aparador de bolsa não deu trabalho. Aliás, depois do trabalhão da casinha, toda a cervejinha do churrasco já havia sido expurgada no suor. O problema é que já se passavam das 21h, hora que todo senhor e senhora que sabem há muito tempo o que é viver estão se preparando para o aconchego da cama. Então, a dúvida: fazemos mais dois furos com a britadeira no asfalto para colocar a prateleira ou não?
Faço um teste fora da parede só para sentir o ronco de Maverick da minha furadeira. A mulher de baixo bate uma vez no teto. Dou duas aceleradas no motor e ela bate duas vezes. Fico segurando o botão por 10 segundos e ela alucinadamente soca com toda a força a vassoura no teto que, imagino, nessa hora, estava todo furado e ela esbranquiçada pelo gesso deslocado. Olhei para a parede, olhei para a furadeira, olhei para o meu relógio, olhei para o taco embaixo do meu pé que havia saído do local por conta da tresloucada. Vi a Cau escondida no outro quarto dizendo estar com vergonha. E dei um foda-se (com o perdão do português porque não consigo pensar em solene palavra que exprima com exatidão o sentimento do momento). A Cau rebate dizendo que se o interfone tocasse, não atenderia. Respondi: "Relaxa, a gente faz que não era com a gente". Meti a broca na parede, fiz os dois furos e, para alegria minha e da Cau, sequer ouvímos a batucada da vassoura, com certeza o ronco era bem maior dentro do quarto. Colocamos a prateleira no lugar e concluímos a tarefa. Aliviados e felizes ficamos. O resultado é esse das fotos do post abaixo. Tudo valeu a pena. Não sei se para a vizinha de baixo.
4.4.10
Enfim
1.4.10
Viajadoura
A Cau adora viajar. Se for para a praia, então, sai de baixo. Ela vai sozinha se puder. Acho que uma das aflições dela nessa reta final é a vontade de ir para outros lugares. Nessa Páscoa, ela sugeriu de irmos a Pirenópolis, mas eu não topei primeiro dizendo que o lugar está tendo uma série de casos de dengue, depois afirmei se tratar de uma questão financeira (acho que isso tem a ver com a bronca de tomei dos meus amigos). O que está mais ou menos certo é uma ida para alhures em março/abril do ano que vem já com a nossa Biazinha, os detalhes serão revelados mais adiante (só posso dizer que não se trata de praia). Só para dar um gostinho na Cau, segue abaixo uma foto da nossa lua de mel, no paradisíaco Tahiti.
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